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Terceira
Parte, Capítulo 8
O MUNDO DENTRO DA LEI DE LIBERDADE - A RELIGIÃO E A
SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA DAS NAÇÕES -
VANTAGENS DA EDUCAÇÃO ANGLO-SAXÔNICA SOBRE A
EDUCAÇÃO LATINA
O movimento espiritualista dos últimos tempos é o corolário de uma época em que a
Humanidade vem se esforçando para vencer os obstáculos, a miúdo
apresentados na luta travada entre "construtores" e "destruidores", positivos e negativos, adiantados e retardatários, altruístas e egoístas, Luz e Trevas, Verdade e Mentira: Bem e Mal. Isto é o aspecto exterior de uma luta interna, espiritual, com seus altos e baixos, com seus avanços e retrocessos.
Assim como sucede nas lutas
externas que são o resultado, sucede nas internas: luta de pensamentos "positivos" e "negativos" no
indivíduo em particular, e sendo o "todo", a Humanidade, conjunto de indivíduos, tem que ser, portanto, a exposição global dessa luta de interesses em choque.
Devemos considerar que, se em um indivíduo essas lutas são ascendentes e descendentes desde o nascimento até a morte, pois seus pensamentos "construtores" e "destruidores" mudam de
posição constantemente, como vencedores ou vencidos; identicamente sucede com a
sociedade na qual existe heterogeneidade de espíritos e, portanto, em luta permanente. Pois bem, na coletividade, como em toda a Natureza, se manifesta só heterogeneidade, moral e materialmente, nos pensamentos e seres de toda espécie; não sendo assim no Espírito, no qual vivem e se movem todos os
seres que, tendo a sua origem na homogeneidade da Causalidade Universal, obedecem a uma Única Direção, reguladora e harmonizadora de todas as
coisas, aparentemente em completa desordem. Existe, pois, uma Infinita Harmonia em meio
ao Panorama Universal.
Por isso, vemos que em todos os tempos, quando este caos, desorientação, chega ao seu auge, no Plano Universal, onde tudo está previsto,
está também predeterminada a vinda dos grandes Restituidores da Verdade; fato que acontece na atualidade, em que fracassaram todas as religiões, métodos e sistemas, e
consequentemente impõe-se uma Reforma...
A Humanidade desviou os seus
fins, foi uma experiência e como tal dolorosa, para encaminhar-se por um rumo melhor.
O homem não tem podido
reformar-se apesar de suas sábias inspirações e, por um que progrediu, ficam milhões por progredir. As religiões, doutrinas, métodos
ou sistemas não são adaptáveis a todos os homens em geral; a imensa maioria está convencida dos seus fracassos; ninguém está satisfeito, porque em todos os regimes humanos existem vácuos, não preenchem mesmo as elevadas aspirações dos mais desejosos da sua eficácia, porque vêem neles somente o interesse pessoal, inverso do bem coletivo, o Egoísmo substituindo o Altruísmo.
Essa maioria, vendo o retrocesso do mundo, separou-se de todos os entraves ao seu desenvolvimento, à expansão própria da sua natureza, sem sujeitar-se a disciplinas impostas,
dogmáticas, porque os falsos guias levaram a Humanidade ao abismo...
Os mais poderosos de mentalidade sobrepõem-se à situação atual e procuram, debaixo da sua situação afortunada(?), no ambiente mundial, lançar apelos em benefício da paz internacional; otimistas, naturezas indomáveis, vêem as suas aspirações contrariadas por uma infinidade de problemas novos, que surgem sucessivamente, uns atrás dos outros, sem poderem levar a efeito os seus mais caros pensamentos de confraternização universal.
Os casos
imprevistos que se apresentam constantemente, faz o
mundo todo ficar envolvido em uma sucessiva permuta de pontos de vista; a situação dos povos tornou-se de uma complexidade sem antecedentes na História.
A vida é mais intensa, todos lutam pelo seu bem-estar
econômico. Os homens, como os Estados, têm, cada dia que passa, maiores necessidades a
atender: a preparação técnico-individual, dia a dia, subdivide-se pela multiplicidade dos descobrimentos, produto da própria luta pela
existência que abrange, simultaneamente, ao indivíduo e à sociedade. As exigências vão em aumento, o mesmo homem aumentou as suas necessidades; seria impossível despojar-se do que já conquistou; tem que lutar pela aquisição de tudo o que se considera indispensável para vida moderna.
Nesta luta ininterrupta, os
indivíduos como as nações, procuram amparar-se nas organizações que, absorvendo o ouro do mundo, transformaram a
Humanidade em campo de cultura dos seus interesses de seita,
dando como resultado povos pobres e povos ricos, segundo as suas tendências religiosas.
Não
se poderia fazer um mínimo estudo sociológico, se não déssemos especial atenção aos fatores
econômico-financeiros principalmente à religião, que não é em si, como parece, a causa da supremacia como da decadência do povos.
Contemplando a vida dos países, em relação à religião, pode observar-se detalhes característicos, que convidam a meditar.
Os povos, desprovidos dos preconceitos da igreja de Roma, têm dado um passo avançado de progresso.
Inglaterra,
banco do mundo, onde contavam-se as moedas de todos os países, adquiriu essa situação de predomínio nas finanças internacionais, principalmente porque sacudiu com energia férrea o Parasita Monstro, que absorvia os bens econômicos do grande povo britânico, por muitos séculos convertido em colônia,
escravo econômico, não de Roma somente, mas da igreja Romana, para onde principiaram a sair anualmente, por cidadão, os chamados "Saint
Peter's pence" (os pence de São Pedro); e, posteriormente, não somente pence, mas milhões de libras esterlinas!
A Grã-Bretanha separou-se da igreja de Roma e tacitamente mudou a sua situação econômica: chegou a ser a primeira potência do mundo; posição que perdeu devido a circunstâncias posteriores à Grande
Guerra, que não foram só para essa grande nação, mas para toda a
Terra, posto que as consequências foram gerais para todas as nações.
A Alemanha, outra escrava do regime imperialista econômico da igreja de Roma, antes da Grã-Bretanha, sacudiu o jugo do clero
romano e chegou ao enorme progresso que todos sabemos, à medida que reduziram as exportações de ouro para o Vaticano.
Os Estados Unidos da América do Norte, o país do "dólar", deve também a supremacia mundial da sua posição
econômico-financeira e, em consequência lógica, o seu gigantesco progresso das Ciências e das Artes, ao predomínio quase completo de
ideias antagônicas ao "catolicismo romano".
O grande povo do Norte, com seus 160.000.000 de habitantes, passou a ser o país mais
rico economicamente da Terra, quando cessaram as emigrações de "águias" para o Vaticano.
A França deveu, identicamente, em seu tempo, o apogeu econômico-financeiro de que desfrutou, à sua separação do Vaticano. O ouro francês deixou de sair em óbolos para
Roma e a França ergueu-se poderosamente, traçando os primeiros passos da Democracia, que rapidamente estendeu-se por todos os povos do mundo; principalmente nos Estados Unidos
da América Norte, onde foi convertida em "princípio" da soberania do país.
A França, berço que foi da Democracia e da civilização ocidental, desvencilhou-se heroicamente do Grande Polvo Negro; e cresceu economicamente, à medida que se defendia das sangrias com que a igreja pagã, insaciável de ouro, aniquilava o povo com as suas extorsões.
A França saiu vitoriosa, conquistou uma situação preponderante no concerto econômico-financeiro mundial.
Vejamos a situação dos pobres povos "católicos": a Espanha, que absorveu todo o ouro do Império dos
Incas há mais de quatro séculos, que realizou a conquista maior que povo algum jamais fez, e que, durante os trezentos anos da dominação espanhola na América, recebeu milhares de barcos carregados de ouro e prata; Espanha, o povo que se alimentava com a fé "católica"
romana, a grande nação, cuja rainha Isabel "a Católica" pôde exclamar que, nos seus domínios, não se punha o Sol; Espanha, a dos faustos católicos, com suas imagens
venerandas em todas as suas cidades e vilarejos, com seus representantes cardinalícios, suas suntuosas catedrais, a que
situação chegou? Igreja riquíssima e povo paupérrimo! Sacerdotes milionários e povo atrofiado de angústias!
Façamos algumas perguntas: aonde foi parar toda a fabulosa riqueza que saiu da América? Que fizeram do ouro dos Incas, opulento povo de mais de 10.000.000 de almas? Que fizeram dessas imensas quantidades de ouro do
Peru antigo, da prata inesgotável da famosa mina de Potosi e das portentosas riquezas do Império Azteca?
Tudo quanto era de valor embarcava-se para a Espanha. Já é de
se imaginar aonde foram parar tamanhas riquezas! Vemos o fim da nobre Espanha, o povo de idealistas, de grandes gênios, sucumbir
economicamente como todos os povos "católicos"...
Portugal, povo irmão religioso da Espanha, necessitando da proteção britânica para poder manter-se; em uma situação econômica que contrasta com o seu poderio no passado, quando
dispunha principalmente das enormes riquezas que recebia da sua colônia americana, o atual Brasil. Portugal seguiu o caminho traçado para os
"povos-colônias", escravos do Vaticano.
Felizmente já começou a ver seus erros e procura emancipar-se, o valoroso povo lusitano, do jugo de Roma.
A própria Itália, com o Vaticano, não pôde manter a sua posição de domínio de antanho... Existe lá um Estado que vive dentro de outro
Estado. E se esse Estado, o Vaticano, é tolerado, não
o é já, na atualidade, porque o povo italiano comungue, na sua maioria, com os dogmas romanos, senão pelos benefícios econômicos que atrai a sede desse
Governo, que tem domínio sobre as almas crentes na veracidade da sua religião...
Passemos, agora, a examinar, nestes tempos de crise econômica por todos os países, quais os que estão em melhor situação; indiscutivelmente os povos americanos, fabulosamente ricos nos três reinos da Natureza; são o celeiro do mundo!
Apesar de seu aparente bem-estar, nota-se miséria; grandes
esforços precisaram fazer alguns Governos para manterem estáveis as suas situações financeiras, cumprindo os seus compromissos. Entretanto, povos espoliados pelo Grande Polvo Negro, que os levara à miséria, começaram uma nova aurora de progresso econômico, à medida que, melhor aparelhados, se emancipam das influências
do clero de Roma. Contudo, vemos que quase todos eles, exceto
o México, terão que empreender um esforço mais enérgico para libertarem-se dos elos de
aço que, como satânicos grilhões, lhes aprisionam a consciência. Felizmente, nota-se uma forte reação para livrarem-se do pesado tributo que têm que suportar, mais por vaidade do que por uma convicção religiosa.
A América não deixou de atrair os olhares cobiçosos do Vaticano; hoje merece especial atenção, quando os povos europeus, com experiência de tantos séculos, não o toleram mais.
Atraídos pelo fausto deslumbrante da igreja romana, a maioria dos "fiéis" não se apercebe que em todos os vapores chegam às nações sul-americanas milhares de sacerdotes, cuja vida se tornou insustentável no Velho Mundo; vêm "fazer a América". Em troca, o dinheiro, produto do esforço desses países jovens, foge
aos milhões para a Europa!
Por conveniências econômicas e simples razões de elevado nacionalismo, estes povos estão no dever de defender-se.
O México emancipou-se depois de grandes
esforços e quando as três quartas partes das propriedades deste país estavam em poder
do clero romano!
Todos os Governos dos países sul americanos ditaram, desde algum tempo, medidas legais coercitivas, proibindo os legados ao clero, em prejuízo de terceiros,
etc. etc.
Na nossa
opulenta América, que ressurge poderosamente, com a juventude brilhante e pujante de uma nova raça, minuto a minuto, vislumbra-se um despertar digno do progresso
econômico-financeiro e em todo o sentido, que merecem estes povos generosos, altruístas, onde têm guarida todas as raças, todos os
homens, mas onde a espoliação não deve ser tolerada!
As gerações novas deste Continente sacudirão energicamente os atavismos milenários de uma civilização que se despenha na Europa desde
1.914; e que ameaça avassalar pela religião, o que não pôde fazer por outros meios!
Defendámo-nos a tempo! E a situação econômico-financeira, fundamento do progresso em geral, dará um portentoso
avante, simultâneo, para a evolução espiritual e material destas jovens nacionalidades.
Algumas penas, erradamente, têm dito que a situação florescente econômico-financeira dos povos deve-se à influência de outras ideologias religiosas, que não a "católica"; sem aperceberem-se de
que na realidade, não tem sido devido a esse fator, mas sim porque cessou a saída de fortes capitais para Roma...
Outras penas, desconhecedoras do valor da nova raça sul-americana, atribuem a fatores raciais, a decadência da civilização latina, considerando a raça anglo-saxônia muito
superior. Enorme erro, o mal não está na raça que, em seu tempo, dominou o mundo, de onde saiu a Democracia e as
ideias mais adiantadas da civilização
contemporânea, da raça que tantíssimos gênios tem produzido em todos os ramos do Saber!
Não é questão de raças; é assunto de costumes, é questão
de educação do povo, que não deve ser abandonado ao "catolicismo romano"; aí, os defeitos da educação latina, incomparavelmente inferior à educação
anglo-saxônica, que não entregou as suas crianças, os seus jovens, os cidadãos do futuro, a uma educação dogmática, deprimente do espírito, embotadora da inteligência!
A instrução laica dos povos anglo-saxões foi a que determinou o avanço dessa raça. Na
nossa América, já se fazem notar com toda a nitidez os eficientes resultados desse sistema educativo.
Além do mais, na raça
anglo-saxônica vemos homens-guias que, como Samuel Smiles, e com ele uma plêiade de escritores, forjaram a mentalidade da sua raça, estranhos ao dogmatismo enervante da igreja de Roma.
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