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Primeira
Parte, Capítulo 11
A RELIGIÃO PROTESTANTE
Os
enormes excessos da religião de Roma fizeram com que
muitos sacerdotes se separassem dessa religião, como
o fizeram Lutero (1517), Calvino, Ziwinglio e outros,
dando origem a muitas seitas que, com o nome de
Protestantes (denominação tomada por sua atitude de
protesto contra a igreja dogmática), têm sido os
seus maiores inimigos, realizando um labor enérgico e
perseverante, levando a efeito um dos maiores esforços
para contrabalançar o predomínio de Roma.
Pode-se
dizer que a audácia temerária cometida por Lutero,
principalmente numa época em que o Vaticano dispunha
de tão colossais influências e dinheiro, teve um
resultado positivo, arrancando milhares de almas das mãos
do clero romano.
As 95
famosas Proposições apresentadas por Lutero perante
a Dieta de Worms tiveram eco, posteriormente, em milhões
de almas!
A
igreja romana, desmascarada em parte, sofreu um golpe
quase mortal. Mas, os protestantes não lograram
destruir a poderosa Força Negra que dispunha do
mundo...
A
luta foi terrível. Mas, afinal, os protestantes
conseguiram o triunfo: na atualidade, existem mais
protestantes que católicos.
Só
na Espanha, em Portugal e nas nações sul-americanas
existem vestígios, na atualidade, já que diminuiu
incomparavelmente esse fanatismo de antanho, ficando
reduzido a uma precária minoria, que continua mais
por costume de uns e por ostentação de outros, do
que propriamente por uma convicção religiosa.
Lutero
corrigiu não somente a sequência de crimes e abusos
do romanismo, mas, fazendo obra construtiva, organizou
o culto em normas mais aproximadas da Doutrina do
Salvador; em troca, quando Lutero e os sacerdotes
aludidos abandonaram a igreja romana, esta fazia já
muito tempo que estava desviada, de modo que Lutero e
todos os sacerdotes de sua época não conheceram a
tradição apostólica, perdida antes dos trezentos
anos da vinda de Jesus Cristo.
Não
conhecendo, pois, a Chave da Interpretação,
estabeleceram a "interpretação livre da Bíblia",
causando este sistema a formação de numerosas
seitas.
No
fundo, não há quase divergência entre católicos e
protestantes. Ambos crêem que Cristo é Deus. O que
os diferencia é somente o culto externo.
Mas,
repetimos, qualquer diferença entre essas religiões
é unicamente externa; na base fundamental estão em
harmonia, no que poderíamos chamar os alicerces de
ambas as religiões.
E é
precisamente o erro de todas as religiões, e no qual
comungam todas, o "princípio" de liberdade
que sustentam, em oposição à base fundamental do
Cristianismo primitivo, explicado neste livro, tomando
por testemunho o próprio Evangelho de Cristo.
Vemos
que o Protestantismo, humanamente falando, isto é,
materialmente, é imensamente superior ao
"catolicismo romano"; mas, espiritualmente,
estão a idêntica distância da compreensão do
Verdadeiro Evangelho de Cristo; já que estas duas
religiões com suas seitas e todas as demais religiões,
na atualidade existentes em todo o mundo, sustentam,
como repetimos, o "livre-arbítrio", a
"autodeterminação" e, consequentemente, a
responsabilidade de cada qual segundo os seus atos
ante o Tribunal de Deus. Estão, pelo exposto, dentro
da LEI DE LIBERDADE, Lei na qual todos estamos
submetidos a juízo; nenhum se une a Deus.
É
indiscutível que, habituados a pensar através de
muitas gerações, com os mesmos pensamentos,
facilmente muitos não podem, senão com grandes esforços,
eliminar o hábito mental do erro em que vivem
julgando estar na Verdade; mas, os menos egoístas, os
mais espirituais e sinceros, rapidamente
convencer-se-ão dos seus extravios e seguirão a
Santa Doutrina, que se apoia no cumprimento da LEI DE
OBEDIÊNCIA, sem a qual não há salvação possível,
como será evidenciado para os que sinceramente
aspirem ao conhecimento da Verdade.
Por
isso, será necessário meditação profunda, rogo
intenso, fervoroso, para receber a Verdade, quando
lermos a parte final deste obra, que esclarecerá
facilmente a muitíssimos a Doutrina; como para uns
será difícil, para outros será impossível, devido
a não quererem desligar-se dos preconceitos que
aceitam como Verdade.
Indispensável
é também tomar em consideração que a Verdade não
é manifestada a pessoas que levam uma vida material,
deserta de pensamentos espirituais. Os que buscam a
Verdade são os que a encontram, e não os
indiferentes.
Compreendemos
que os "escolhidos" são os que estão
livres de obstáculos, porque desprenderam-se dos
mesmos, pois é impossível qualquer progresso
espiritual sem a renovação da mente.
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As
Duas Grandes Leis Espirituais
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