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Escritos de Julio Ugarte y Ugarte
Coletânea de textos do Professor Julio Ugarte y Ugarte

A Divindade Redentora (*)

No mundo não havia salvação. A humanidade tinha-se desviado por causa dos maus sacerdotes... Esperava-se a vinda do anunciado Messias, Jesus, o Cristo, o Redentor do mundo, o Filho do Altíssimo... E, quando Ele nasce, o clero, as dignidades da igreja não saem a receber o Menino Deus. A autoridade civil, representada por Herodes, persegue-o de morte. As duas potências que governam o mundo não puderam reconhecer o próprio Criador, a quem adoravam em multíplices formas.

O povo israelita, escolhido por Deus, tinha se tornado rebelde; havia anulado a Lei e os Profetas e estava dividido em muitas seitas.

Porém, um reduzido número de homens, entre os quais se encontrava José de Arimateia, o possuidor da maior fortuna daquele tempo em Jerusalém, acredita na Doutrina pregada por Jesus. Mas, a maioria do povo, seduzida pelas autoridades religiosas, desde Caifaz, o Sumo Sacerdote, condena-o à morte, por aquilo a que qualificam de "revoltoso" e que era o acusá-los de terem convertido a casa de seu Pai em "covil de salteadores".

Jesus foi crucificado entre dois malfeitores, sem se ter empregado sequer as formalidades dum processo, sendo Ele a encarnação da Pureza, da Virtude, da Verdade, do Espírito Santo de Deus.

Nada foi tomado em consideração. Os seus milagres foram atribuídos às forças demoníacas. Os atos mais relevantes de sua vida inimitável foram ocultados ao povo. Recorreu-se a toda classe de artifícios, de erros, de enganos e calúnias, para desprestigiar sua Doutrina incomparável de amor a Deus e aos seus semelhantes, de submissão, de humildade real, de renúncia "às vontades dos pensamentos e aos desejos da carne", para se sujeitar à Vontade Divina, caminho cuja sublimidade não podia ser compreendida por um povo cheio de vaidades, de paixões e de luxúria.

Com a morte de Jesus não cessou a perseguição, continuando esta até com os Apóstolos e discípulos do Senhor.

Os povos pagãos, identificados em seus instintos com o povo israelita, também perseguiram de morte os arautos do Evangelho de Cristo. O Coliseu romano nos lembra as atrocidades perpetradas contra milhares de mártires do Cristianismo.

A terra conspirava contra o Céu, impulsionada pelo fanatismo, o vício e o crime, e pelo egoísmo dos "interesses criados".

Passaram os anos e, depois, os séculos. Em geral, todas as religiões, todas as seitas, pregam a Moral. E todo o trabalho é em vão, porque, no final de vinte séculos, os homens inverteram os postulados de Jesus Cristo: "Amai-vos uns aos outros" foi convertido, na prática, em "Destruí-vos uns aos outros". Em suma, Seus Mandamentos e Estatutos não foram cumpridos!

E, em lógica consequência, multiplicou-se a maldade, em conformidade com as profecias. E "os tempos angustiosos", "os tempos difíceis" se manifestam em nossos dias.

Mas, em meio deste caos em que se encontra o mundo, se levantam vozes em toda a parte, clamando por uma reforma geral para o pós-guerra. Todos os homens de talento e de sentimentos verdadeiramente sadios, reconhecem que a humanidade está submergida na penumbra do erro e que deverão ser abandonadas as normas empregadas, por serem inadaptáveis à consciência nova que vai surgindo em todas as nações, como resultado de tantos séculos de experiência. Isto é, modelar a consciência da humanidade mediante leis de respeito e cooperação mútua entre as nações, para tornar impossível a realização de novas guerras com todas as suas calamitosas consequências.

Com o triunfo da Democracia, as nações terão imensa tarefa a realizar: a reconstrução do mundo. E, então, será possível restabelecer a Verdade, que é a maior das religiões, a força gigantesca que conduz à felicidade eterna, a excelsa Divindade Redentora do mundo!

(*) Publicado no Correio do Povo em 23 de abril de 1943 e Boletins Informativos 08 e 29

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