O Homem por Excelência, o Maior de todos os homens, Aquele que simbolizou toda a Humanidade, O Homem-Deus que divinizou todos os homens, dando-lhes por Pai o Pai Universal e por mãe a Potência Criadora da Divindade, Jesus, o Cristo, e do qual estudaremos o simbolismo de sua vida incomparável.
Já os Profetas anunciavam a Seu respeito, que Ele viria representando toda a Humanidade no sentido espiritual. E, com efeito, nasceu o menino sem ter pai material, simbolizando assim, espiritualmente, a toda a humanidade que tem, com Jesus Cristo, um só Pai de toda ela.
Nasce o menino, como nasceu a Humanidade, comendo leite e mel, até discernir entre o Bem e o Mal, como diz o Profeta Isaías. Assim também a Humanidade, no princípio de sua evolução espiritual, serve-se de leite e mel até alcançar o discernimento que a capacita para maiores conhecimentos.
Cumprindo-se as profecias de Daniel: Na sua mocidade serão abertos seu ouvido e visão espirituais, simboliza os dons de ver e ouvir espiritualmente que se recebem seguindo a Doutrina do Senhor.
E à medida que o menino crescia, crescia nele o Espírito Santo e crescia em graça do Senhor. Simboliza o crescimento espiritual dos homens, percorrendo o Caminho Crístico, a volta ao Pai, sapientissimamente explicada na famosa Parábola do Filho Pródigo.
A perda do menino em Jerusalém simboliza a despreocupação dos homens pelas coisas da terra, quando, na sua meninice espiritual, se encaminham para Deus. O tempo que transcorre desde aquela época até os trinta anos em que deu início à sua vida pública, dezoito anos que passaram no mistério, dos quais a Humanidade nada sabe de certo, simboliza o tempo que opera, em mistério, o Espírito Santo de Deus, proporcionando ao adolescente e ao homem todo o Conhecimento necessário para chegar à plenitude espiritual, ao mesmo tempo que Jesus cumpria com os seus deveres materiais ajudando ao seu pai putativo, José, o carpinteiro. Isso simboliza que todos os pais materialmente considerados são país putativos de todos nós, em relatividade ao Espírito, que o nosso Verdadeiro Pai Eterno, porém que devemos cumprir, como Ele, com nossos deveres, honrando-os, conforme o ordenado pela Lei dada a Moisés.
A Mãe de Jesus, a Santíssima Virgem Maria, simboliza a Vontade de Deus, que nos ama e nos cuida desde o nascimento espiritual. O mais recôndito simbolismo da Vontade Divina simboliza o amor maternal, esse amor natural que tem toda mãe pelo filho e que se exterioriza até nos animais irracionais, por essa Vontade Onipotente, que é todo Amor, como acertada e longamente fala o Apóstolo São João, pelo que recebeu o nome de Apóstolo do Amor, que definiu Deus, dizendo: Deus é Amor.
A entrada de Cristo no Céu simboliza todas as almas que, transformadas em anjos, têm que regressar a Deus: No final, todos serão salvos. Jesus Cristo foi o primeiro a ver o Pai, o primogênito entre muitos irmãos.
Deus, na terra, é o Caminho da restauração. Assim, Jesus realizou a Doutrina da Obediência a Deus na Sua Perfeição, dentro dos Mandamentos e Estatutos que recebera do Pai Celestial, e que Ele nos ensinou com a Sua Palavra e com o Sua Vida cheia de sacrifícios: Embora fosse Filho, aprendeu a Obediência pela coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se autor da Salvação Eterna para todos os que lhe obedecem. Isto constitui a base do Primitivo Cristianismo.
O Simbolismo na sua maior grandeza se manifesta quando Jesus, aos trinta anos de idade, começou Sua vida pública e principiou Seu Ministério. Aí está caracterizada a situação dos Santos, daqueles que, como Seus Apóstolos e discípulos, após terem praticado a Obediência com a vinda sobre eles do Espírito Santo, que lhes fala e dirige em seus respectivos ministérios nas primeiras Igrejas do Senhor.
Tarefa elevada, duma beleza sem par é a que se nos apresenta, já como simbolismo somente, já como Caminho certo e seguro para alcançar a…
(*) Este documento foi escrito por Julio Ugarte y Ugarte em 1947. Publicado no Boletim Informativo da Igreja Cristã Primitiva nº 25, de agosto de 1989.
Em tempo:
Assim podemos ler no Boletim Informativo nº 25: “O tema do Professor Ugarte que, nesta data festiva de 17 de agosto, inserimos, pela Santa e Onipotente Vontade de Deus, nas páginas do BI, constitui-se em uma peça rara. Escrita há mais de 42 anos, ela permaneceu inédita até hoje quando, pela misericórdia do Pai, nos foi dado conhecer seu conteúdo. Embora incompleto, este artigo nos revela alguns aspectos importantes da Doutrina Oculta do Cristo.”